A pratica de Yoga não é completamente segura. Yoga é vendido como uma prática física apesar de ser em essência uma prática espiritual com UM componente físico. Mesmo assim essa parte física é mostrada por uma perspectiva muito romantizada só falando sobre seus benefícios.
Você sabia que vendo o Yoga como atividade física, é o esporte que mais causa lesões?
Mas, por que o Yoga gera tantas lesões mesmo em aulas em que o professor toma todos os cuidados? A resposta é que os alunos vêem o Yoga como uma competição, ultrapassam o próprio limite e não respeitam o corpo.
Por favor, entendam que Yoga não é uma atividade física.
Se você busca algo para se desafiar, o Yoga não é pra você! Mas, se trabalharmos o Yoga de acordo coma tradição, será uma prática bastante segura. Sempre busque a estabilidade e conforto respeitando os limites do corpo. Concentração e meditação, esse é o caminho do Yoga.
“Se o que te atrai é a habilidade física, faça ginástica olímpica. Lá você terá desafios diários nesse sentido. Mas se o que te atrai é a meditação, a auto-observação, autoconhecimento, relaxamento e boa postura, então o Yoga é para você. ” – Marcos Rojo
Yoga não é performance. Yoga não é sobre ultrapassar seus limites. Yoga não é competir com o coleguinha do tapete ao lado. Yoga não é fazer posturas para o Instagram. Tudo isso é ego e Yoga é sobre se livrar do ego.
Yoga é sobre perceber sua respiração, ser observador de si mesmo, se conectar ao seu corpo e à sua verdadeira essência.
No geral Yoga é para todos. Mas não qualquer Yoga.
Yoga com posturas mais elaboradas e vigorosas é para pessoas em boas condições de saúde. Para fazer certas posturas é necessário estar preparado fisicamente e até emocionalmente, uma vez que Yoga trabalha num nível psicofísico e algumas posturas podem desencadear emoções. É preciso trabalhar a musculatura, fortalecer o corpo e as articulações. Não tente uma postura sem antes estar preparado para ela. Pratique outras atividades de fortalecimento em paralelo ao Yoga. Sempre percebo uma evolução física mais rápida nos meus alunos que praticam outra atividade física.
Yoga também pode ser praticada de forma terapêutica para prevenir ou tratar lesões.
Se você tem dor lombar, está grávida ou tem alguma lesão ou outra condição, mesmo que você tenha recebido a indicação de praticar Yoga por seu profissional de saúde, aulas em grupos não tem uma configuração adequada para você receber exercícios terapêuticos personalizados sobre como tratar sua lesão/condição. Para praticar o Yoga de forma terapêutica, o ideal é ter aulas particulares onde o professor irá estudar e montar uma aula específica para você.
Abaixo estão algumas dicas sobre como adaptar algumas posturas de Yoga para cada condição, mas lembre-se de que nada disso constitui aconselhamento médico e nunca pratique sem a orientação de um instrutor de Yoga:
- Problemas nas costas: evite qualquer postura que sobrecarregue a coluna, considere flexionar levemente os joelhos em todas as posturas de flexão para a frente, lembre-se de acionar os músculos abdominais durante toda a prática e manter a coluna alongada.
- Problemas nos joelhos: evite deixar a articulação do joelho hiper estendida, tente acionar os músculos ao redor do joelho para evitar pressão desnecessária e sempre mantenha cada um dos joelhos apontando na mesma direção que os dedos de cada pé.
- Gestantes: Evite deitar de barriga pra baixo. Deitar do lado esquerdo é apropriado para as vocês. Amplie a distância entre os pés e aponte os dedos cerca de 45 graus quando estiver em pé ou ao fazer uma flexão para a frente. O hormônio "relaxina" é secretado durante a gravidez e pode aumentar sua flexibilidade, portanto, mantenha o controle durante o alongamento e evite o alongamento excessivo. Em posturas de torção, verifique se nada está no caminho do abdômen e tente manter o umbigo apontando para a frente, fazendo a rotação da coluna do peito para cima. Se concentre nas posturas de abertura de quadril e nos exercícios respiratórios. Evite posturas de equilíbrio se estiver com tonturas. Se estiver enjoado, evite qualquer postura em que a cabeça esteja mais baixa que o coração.
- Artrite: mova-se devagar, concentre-se na amplitude de movimento, e não na velocidade, e considere evitar os tipos de Yoga mais acelerados, incluindo as aulas Vinyasa. Experimente o Hatha Yoga, o Yoga com Foco no Alinhamento, o Yoga Restaurativo e outras aulas de ritmo lento.
- Menstruação: evite invertidas nesse período. Leve isso a sério, pois alguns vinculam o câncer do colo do útero à reversão do fluxo menstrual (o que pode acontecer quando você está de cabeça para baixo e outras inversões). Considere substituir a vela pela postura de “pernas para cima na parede”. Nesses dias, o ideal é uma prática que trabalhe o quadril e práticas restaurativas para aliviar cólicas menstruais.
- Pressão alta: evite todas as invertidas (qualquer postura em que a cabeça esteja mais baixa que o coração), evite a retenção do ar nas técnicas de respiração, faça uma pausa entre os exercícios sempre que a respiração não estiver profunda, lenta e suave. Evite se levantar ou deitar rapidamente, faça transições lentas e suaves.
- Dores de cabeça ou enxaquecas: explore as mesmas práticas descritas acima para a pressão alta.
- Glaucoma: evitar invertidas e pressões abdominais como a postura Dhanurasana. Evitar pausas respiratórias muito longas.
- Pressão arterial baixa: evite passar de uma invertida para uma posição em pé rapidamente.
- Sinusite ou Congestão nasal: tente as mesmas práticas exploradas para pressão arterial baixa. Nas flexões para a frente, tente manter o tronco paralelo ao chão. E nas demais posturas evite deixar a cabeça abaixo da linha do quadril.
- Dor no punho: evite sobrecarregar o punho. Você pode praticar posturas como cachorro olhando para baixo e prancha colocando os cotovelos e antebraços no chão com as palmas das mãos voltadas para baixo.
- Dor no pescoço: mantenha a cabeça neutra e alinhada com a coluna. Evite girar a cabeça enquanto o pescoço suportar o peso do corpo. Por exemplo, em trikonasana (postura do triangulo - mostrada ao lado), você pode manter o olhar para baixo ou para a frente, em vez de para cima. Considere evitar posturas nas quais você possa acidentalmente pressionar o pescoço, como ponte, vela, peixe e arado.
- Ansiedade: evite movimentos e respirações acelerados se eles provocarem agitação mental. Na respiração, concentre-se mais na expiração. Explore aulas de Yoga que apresentam sequências definidas como Ashtanga, pois ao saber o que vem a seguir pode te deixar mais à vontade. Pratique o savasana ou Yoga Nidra. Evite extensões de coluna.
- Síndrome do Pânico: explore as mesmas práticas descritas para ansiedade, além disso evitar pausas respiratórias, evitar Kapalabhati
- Depressão: pratique vigorosamente, evitando aulas muito lentas. Experimente aulas leves e de bom ritmo, como estilos de fluxo Vinyasa. Pratique extensões de coluna. Na respiração, concentre-se nas inspirações. Evite savasana por mais de dez minutos e pratique savasana com os olhos levemente abertos.
Lembre-se de que essas são apenas ideias amplas. Volto a frisar que você nunca deve praticar sozinho sem a orientação de um instrutor.
Obrigatoriamente você deve comunicar ao seu instrutor qualquer tipo de condição de saúde para que o ele possa te dar instruções individualizadas mesmo em uma prática em grupo. Responda de forma honesta a ficha de anamnese que seu professor te mandar e, se você possui alguma condição de saúde, evite participar de aulas com grupos muito grande. O professor não conseguirá te dar atenção individualizada nessa situação.
É importante também ouvir sua intuição, ouvir o seu corpo e ser inteligente sobre isso: se uma postura te incomoda, não faça.
Como cada ser é único, acredito que a prática também deve ser. - Nathália Morgana
Pratique com segurança!
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